04 fevereiro 2007

Tudo que aconteceu de bom no sábaduuu

Sábado em Embu
Pessoal, o passeio de sábado lá para Embu, foi sensacional, não só pelo passeio em si, mas por tudo que aconteceu.
Saímos eu acho que em 18 motos, o maior problema continua sendo os conhecedores de roteiro, pois teve gente brigando para irmos pela Raposo Tavares, enquanto outros queriam ir pela Regis Bitencourt, como não somos de briga, cada grupo escolheu a sua preferida e fomos, o lugar é muito tranqüilo, lógico que a praça parou para nos ver chegar e ficamos vendo um monte de velharia como nós, eheheheh.
Resolvemos ir almoçar em Sampa, mas no caminho, o Ramon, juiz, amigo do bandeirinha, parou para fazer xixi em um bar e escorregou machucando o ombro. Prontamente, os médicos de plantão, Odílio e Haddad, brigaram para atendê-lo, na esperança de receberem algum, descobriram que o cara tinha UNIMED.

O Apronto.
Coisa de criança, imaginem que enquanto os doutores levavam o Ramon no hospital, o grupo que ficou resolveu aprontar :
Próximo tinha uma casa grande, parecia vazia, fomos lá, batemos palma e pedimos a gentil senhora que nos recebeu se podíamos guardar nossas motos enquanto comíamos um lanche no bar, ela viu um monte de velhos e autorizou.
Bom, guardamos não, escondemos todas as motos, lógico menos a moto do Odílio e a do Haddad, a do Ramon enfiamos num caminhão e despachamos para Santos.

João batista
Foi quando apareceu João Batista, Piauiense de 39 anos, magro, sujo, tímido, após falarmos com ele por alguns instantes pudemos perceber a pureza e a inocência em seu rosto de nordestino sofrido, pois há 20 anos era morador de rua, tempo que deixou a família e veio para São Paulo a convite de um casal que o abandonou.
João batista passou então a fazer parte de nosso plano diabólico:
Penduramos as chaves das motos na árvore por um barbante e dissemos e a ele para esperar os donos daquelas motos chegarem e dizer que os outros já foram embora almoçar e me deram dinheiro para tomar conta das motos.
João batista ficou ali ao lado das motos que nem cão de guarda e nós escondidos naquela casa, e imaginem a chegada, desceram do táxi, com aquela cara de bunda, olharam as motos, se entre olharam, o turco começou a esbravejar, filhos da puta nos deixaram aqui, cadê eles, perguntou ao João Batista, eles já foram disseram que vocês demoraram muito , me deram um dinheiro pra tomar conta e foram almoçar, deixaram esse bilhete, de longe podia-se ouvir os pensamentos do educado Odílio, ( Os caras não valem nada), depois de alguns instantes, não agüentamos de tanto rir e resolvemos aparecer.
Mas, o melhor ainda estava para acontecer, o Bezzi prometeu levar o João batista de volta para o Piauí, sem ninguém perceber deu um dinheiro pro João e disse para ele ir encontrar a gente na rodoviária de Santos e fomos almoçar.
Não é que estamos almoçando e o João batista ligou: Já estou em Santos, ficamos pasmos e pedimos então para ele esperar a gente.
Almoçamos e fomos ansiosos para encontrar o João Batista, chegamos à rodoviária, imaginem um monte de motos, um monte de caras abraçando o franzino nordestino, compramos a passagem para domingo às 10h tiramos fotos com ele, enquanto o Bezzi o levou para cortar o cabelo no Beto Gambá, na Tolentino Filgueiras eu corri em casa peguei umas roupas e sapatos (pois ele estava só com aquela roupa) e um amigo o levou para tomar banho e jantar, soube que foi num sambão e domingo o levaram até dentro do ônibus com destino ao Piauí para ele ver a mãezinha como ele repetia a toda hora; vou ver minha mãezinha........ vou ver minha mãezinha
Pude perceber depois que todos estavam profundamente emocionados, pela história, pela situação, precisou o Ramon escorregar num banheiro para que nós pudéssemos ajudar uma pessoa, fazer feliz uma pessoa, para que pudéssemos perceber o verdadeiro espírito humanitário que tivemos e que vamos colocar em nosso caminho de agora em diante.
fotos na próxima edição

1 Comments:

Blogger andrea said...

Um nó na garganta... lágrimas escorrendo e a fala presa, é o que sentimos quando compartilhamos com o João Batista a dor pelos 20 anos vividos sem afetividade e aconchego ... Como somos privilegiados!Além de comida, uma cama para dormir,um banho quentinho, temos nossa família e nossos amigos! Normal.... Dói, dói fundo .... nos sentimos até culpados por tudo que temos!

Mas o João Batista tem tudo que muitos não possuem: a solidariedade e a generosidade em compartilhar da brincadeira, a esperança de que aquelas chaves pudessem até ser o sinal de que as portas se abririam, e a confiança, de que ele poderia acreditar naqueles anjos! Nem mesmo a amargura, a solidão a desesperança, enfim, as piores dificuldades, lhe roubaram a humanidade! Ele é simples, puro de coração, digno...grandioso!

Mais do que ninguém, ele foi merecedor e vocês, mais do que muitos, abençoados “por terem sido protegidos pelo acaso”, que lhes proporcionou não somente o prazer em ajudá-lo, mas também a honra em conhecê-lo.

Fiquei muito feliz e orgulhosa pelo Henrique(Pico Mantilla),ter tido esta missão junto de todos vocês.

Espero que cada viagem seja sempre uma história para contar!

Um abraço a todos,

Andréa(namorada do Henrique)

10:12 AM  

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